Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social

e Direitos Humanos do Governo do Estado do Rio de Janeiro | Disque Cidadania LGBT: 0800 023 4567

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Banheiro LGBT na Unidos da Tijuca revolta gays

Homossexuais consideram discriminação iniciativa de escola de samba carioca

POR MAHOMED SAIGG - O DIA

Rio - A inauguração de um banheiro exclusivo para o público homossexual na nova quadra da Unidos da Tijuca, que será inaugurada sábado, gerou polêmica entre os supostos beneficiados. Revoltados com a novidade, militantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) consideraram a atitude uma forma de discriminação. E criticaram a iniciativa da atual campeã.

“Essa proposta é uma sinalização de preconceito que pode chegar à violação dos direitos humanos. Além de estigmatizar, a criação deste banheiro gay extrapola o bom senso e estimula a homofobia”, afirmou Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, do governo do estado.

Inconformado, Cláudio enviou um manifesto com críticas severas à iniciativa da Unidos da Tijuca para entidades de defesa dos direitos homossexuais de todo o Brasil. Ele defende a existência de banheiros apenas para homens e mulheres, e que possam também ser frequentados pelos homossexuais.


Surpreso com a polêmica criada em torno do novo banheiro da escola, o diretor de comunicação da Unidos da Tijuca, Bruno Tenório, negou que a iniciativa seja preconceituosa. “Só estamos atendendo a um pedido feito pelos próprios homossexuais. Queremos oferecer um local mais confortável para eles”.

A justificativa, no entanto, não convenceu a maioria dos militantes. “Se as pessoas começarem a achar normal construir espaços exclusivos para homossexuais, isso vai abrir precedentes para outras formas de discriminação, que podem ser perigosas”, alertou a travesti Sharlene Rosa.

Homossexuais da escola de samba defendem separação

Enquanto militantes da comunidade LGBT se revoltam com a criação do novo banheiro, integrantes homossexuais da Unidos da Tijuca saem em defesa da escola. “Não vejo razão para tanta irritação. Sou super a favor. Tendo um banheiro só para a gente vamos ficar mais à vontade”, defendeu Eduardo Saadi, da ala gay da escola.

Na agremiação desde 2005, o componente Roberto Barros também negou que a iniciativa seja discriminatória. “A comunidade (LGBT) deveria estar é feliz. Agora, os homossexuais, principalmente travestis, vão passar a ter um camarim particular na quadra para poder se arrumar”, ressaltou Roberto Barros.

Apesar de opiniões contrárias de homossexuais e heterossexuais da escola, os militantes não recuaram da crítica. “Isso só pode ser coisa de homens muito preconceituosos”, disparou a travesti Katyla Valverde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário