Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social

e Direitos Humanos do Governo do Estado do Rio de Janeiro | Disque Cidadania LGBT: 0800 023 4567

terça-feira, 12 de junho de 2012

“O reconhecimento de meu filho está aqui”, diz Angélica Ivo

Inauguração de Centro de Referência da Cidadania LGBT de Niterói contou com 300 pessoas e foi marcada por forte emoção.

Cinco de junho de dois mil e doze. Foi nesta data que a cidade de Niterói ganhou o seu Centro de Referência da Cidadania LGBT, equipamento estadual composto por advogados, psicólogos e assistentes sociais que têm como missão acolher e absorver as demandas da população LGBT da região, como denúncias de homofobia, orientações, apoio e suporte psico-jurídico-social. O CR LGBT de Niterói funcionará a partir do dia 11 até o dia 15 para organização interna de rotina e planejamento de atividades. A partir do dia 18 deste mês, o CR iniciará o atendimento ao público das 9h às 18h.

Alexandre Ivo, jovem assassinado em junho de 2010 em São Gonçalo, é o patrono in memoriam do CR LGBT de Niterói. Sua mãe, Angélica Ivo, esteve presente ao evento e bastante emocionada agradeceu a todos pela homenagem. “Meu filho sempre foi muito vaidoso. Ele disse que um dia quando chegasse a algum lugar, todos o reconheceriam. Evidentemente não foi da melhor forma, mas o reconhecimento dele está aqui!”, desabafou.
 

Juntamente com Angélica Ivo, compuseram a mesa a subsecretária da Secretaria Executiva e o superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, Maria Célia Vasconcelos e Cláudio Nascimento, respectivamente, ambos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. Melissa Villela, coordenadora do CR LGBT de Niterói também fez parte do cerimonial.

O também coordenador do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento durante seu discurso saudou a todos os presentes, especialmente aos grupos LGBT da região e pediu um minuto de silêncio em respeito à memória de Alexandre Ivo. “Este espaço pauta-se pelas ações afirmativas relacionadas à população LGBT, as chamadas ‘discriminações positivas’, pois, mesmo sendo louváveis, as políticas universais de promoção da cidadania não dão conta de superar as exclusões praticadas em nome da normalidade das coisas, por isso as políticas específicas devem, ainda, serem estimuladas”, salientou. 

Para a subsecretária Maria Célia Vasconcelos, o espaço da SEASDH ganhou uma “cara” nova. “Isso era uma casa velha. Quando cheguei, vi esta alegria: as cores do arco-íris tomaram conta deste corpo cinzento. (...) A sociedade não pode discriminar; não pode levar o ser humano a mais vil das situações apenas porque é ou pensa diferente. Minha luta é pela vida!”, finalizou.

Durante a cerimônia, algumas pessoas foram homenageadas, como a travesti Fabianna Brazil, que organizou o primeiro baile gay da cidade; o Prof. Sérgio Aboud, que fundou o primeiro grupo LGBT de Niterói; e Angélica Ivo. Jane Di Castro deu início à cerimônia com repertório à capela e entoou o Hino Nacional. Elza Ribeiro fechou com chave de ouro este grande dia com seu show de MPB. 

Entenda o Centro de Referência

O Centro de Referência da Cidadania LGBT é um “ESPAÇO PARA CHAMAR DE SEU”. Em salas privativas, que garantem a segurança e o anonimato do atendimento, advogados, assistentes sociais e psicólogos esclarecem dúvidas e encaminham, quando necessário, os solicitantes a outros órgãos da chamada rede de proteção, como delegacias, batalhões de polícia, postos de saúde e Centros de Referência de Assistência Social - CRAs. O atendimento é marcado com total sigilo através do Disque Cidadania LGBT (0800 023 4567).

Os Centros de Referência da Cidadania LGBT, que funciona das 9h às 18h, de segunda a sexta-feira, são serviços de  atendimento jurídico, social e psicológico para LGBT, seus familiares e amigos, vítimas de violência ou em busca de direitos. Além disso, o CR LGBT sensibiliza e capacita gestores públicos e segmentos da sociedade local sobre homofobia e cidadania LGBT, contribuindo para a formulação e adequação de políticas a fim de incluir a população LGBT em sua perspectiva. Também há formação do banco de dados estadual sobre homofobia e rede de apoio.

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